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  • Foto do escritorMarcelo Naudi

Os equipamentos na vida de um músico profissional - Parte 1

Descobrindo Elvis

Olá meu nome é Marcelo. Vamos começar essa jornada.

Provavelmente você gosta de guitarras e equipamentos musicais, então eu gostaria de iniciar contando um pouquinho da minha história.

Quando eu tinha 6 anos vi pela televisão a noticia da morte de Elvis Presley e sendo criança, fiquei deslumbrado com tudo que vi durante o dia todo e de uma maneira quase que imediata, fiquei gamado nas músicas. Meu pai trabalhava em uma gravadora de discos e isso me deu acesso a vários discos do Elvis. Comecei a ouvi-lo o tempo todo e isso gerou em mim um grande interesse por música.

O 1º violão

Percebendo isso, meu pai me presenteou com um violão velho, mas com apenas seis anos não levei nada a sério, estragando aquele belo violão. Então esse é o único instrumento que eu não terei fotos nessa jornada principalmente porque eu risquei o violão com caneta e escrevi Elvis.

O 2º violão

Agora vamos dar um salto de tempo na história. Aos 13 anos, eu como muitos adolescentes me interessava muito por futebol, principalmente depois da Copa do Mundo de 1982, quando aquele atacante italiano acabou com as esperanças brasileiras. Bom voltando a parte musical, eu estava jogando futebol com os meus amigos num sábado à tarde e apareceram dois irmãos gêmeos um pouco mais velhos: eu com 13 e eles tinham por volta de 17, 18 anos. Como eles eram caras muito legais, eu e meus amigos os convidamos para participar de uma reunião de amigos que a gente fazia a noite. A turma toda estava reunida, inclusive com várias meninas quando os irmãos gêmeos (Leo e Osmar) apareceram com um violão e várias revistinhas de música cifrada. Logo percebi que eles ficaram rodeados por todas as meninas da turma e isso obviamente chamou minha atenção; como eu já tinha uma queda muito grande por música, aquilo acabou me interessando muito mais. Vamos deixar a imaginação rolar um pouco e me situar em 1984, quando simplesmente não existiam professores de música onde eu morava. Naquele momento, como eu já tinha estragado aquele violão, meu pai ficou relutante em me arrumar outro, mas de tanto que eu enchi o saco, ele deu um jeitinho e me arrumou um Violão Giannini Trovador. Daquele momento em diante eu passava várias horas do dia tentando tirar algum som, querendo desesperadamente conseguir tocar qualquer coisa.


O meu início acabou sendo também com as revistas de músicas cifradas.

Eu lembro até de uma vez quando eu estava praticando dentro de casa e minha mãe generosamente pediu que eu saísse um pouco, porque ela não aguentava mais ouvir aquele "barulho". Meu pai nesta época viajava bastante por causa do trabalho na gravadora, então quando ele chegava em casa, ele afinava o violão para mim pois ele também em sua juventude gostou muito de música e sempre foi um Boêmio, digamos assim, cantava na noite e tocava um pouquinho de violão (ele foi convidado a gravar um disco cantando, mas não se interessou, mantendo aquilo somente como hobby).


Depois de alguns meses eu consegui finalmente tocar a minha primeira música. Lembro até hoje pois era uma música do Geraldo Vandré que tinham dois acordes, sol maior e lá menor... (Caminhando e cantando e seguindo a canção) o nome da música era: Pra não falei dizer que não falei das flores. Não consigo traduzir em palavras a emoção ao conseguir fazer as trocas de acordes sem erro, com os dedos caindo certinho no tempo correto, deu muito trabalho mas eu consegui. Esse violão trovador da Giannini me acompanhou por muitos anos e conforme a idade foi avançando, comecei a me interessar muito por rock, sendo a banda americana Kiss a minha primeira influência.


Eu ficava simplesmente hipnotizado quando eu ouvia: I Love It Loud. Me lembro como se fosse ontem, de um show do Kiss em São Paulo que foi transmitido na televisão. Neste dia eu troquei o futebol com os amigos no sábado à tarde para assistir e ninguém entendia o motivo pelo qual eu gostava tanto desta banda com as caras pintadas.


Depois dessa descoberta do Rock n Roll eu queria de qualquer maneira eletrificar meu violão e acabei comprando um captador para violão que se chamava Sound.

Eu ligava meu violão num aparelho de som de casa e ficava tentando tocar junto. Não preciso nem dizer que o som era péssimo, mas a diversão era garantida.

A primeira guitarra

Nesta época, a situação financeira do país e da minha casa não estavam grandes coisas e eu queria desesperadamente arrumar uma guitarra; eis que um vizinho meu chamado Paulo (a quem eu agradeço muito até hoje) apareceu vendendo uma guitarra Rei, um Baixo Giannini Sonic e um amplificador Mikassin.



Eu lembro muito bem de que meu pai estava desempregado, mas mesmo assim, ele deu um jeitinho de comprar para mim. O mesmo vizinho Paulo que era um amigo também da família foi o meu "professor", pois ele me levava nos bares em que tocava guitarra, para que eu pudesse ver ele e também outros tocando, me dando total incentivo. Foi por ideia dele que eu me tornei um solista na guitarra. Inclusive quando ele arrumou um bar fixo para tocar, sempre me levava junto e me colocava para tocar com ele. Fazíamos um apanhado geral do rock do Brasil, tocávamos muitas músicas do Lulu Santos e ele sempre me incentivava a fazer improvisos para completar as músicas.

Nessa época, por incrível que pareça, mesmo estando com 15 anos eu já tinha alguns alunos de violão, pois a gente sempre encontra alguém que sabe menos que a gente e se interessa no que a gente faz (pelo menos era assim antigamente).

Muitas bandas do rock brasileiro estavam começando a chamar atenção, inclusive a Blitz que apareceu com o disco: As aventuras da Blitz (este disco saiu em 1981, e mesmo com dez anos eu ouvi muito) que foi um estouro.

Outras bandas que me eu ouvia bastante eram o Rádio Táxi (guitarrista Wander Taffo) e o Roupa Nova (com o Kiko).



Com certeza eles foram as minhas primeiras grandes influências no instrumento.



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