top of page
  • Foto do escritorMarcelo Naudi

A introdução da guitarra no Brasil - Parte 3

Guitarras Finch

A marca brasileira Finch foi fundada em 1975 por Sebastião Machado da Silva, situada numa pequena loja no centro de São Paulo, a Finch não ficava atrás da Giannini em qualidade. Embora sua produção fosse artesanal e sob encomenda, suas guitarras tinham um ótimo conceito entre os músicos. O preço era mais alto, mas a qualidade compensava o investimento. Confirmando a regra, a Finch não desenvolveu um modelo próprio de guitarra. Muito ao contrário, sua especialidade era realizar cópias perfeitas de qualquer modelo de guitarra, sob medida para seus clientes. Com um destaque: os componentes (captadores, cordais, cavaletes, etc.(eram nacionais, fabricados pela própria Finch.

Segunda Sebastião Machado da Silva, ex-técnico em eletrônica da Del Vecchio e da Snake, proprietário da da firma, a Finch era capaz de construir todos os tipos de guitarra. E isso com base tanto em modelos concretos quanto numa simples fotografia – como foi feito diversas vezes.

Por falta de maquinaria adequada, Machado foi obrigado a conjugar muita versatilidade à criatividade para construir suas guitarras. Adaptando ferramentas e improvisando soluções, a Finch fez desde imitações da tradicional Gibson Les Paul até cópias quase perfeitas de modelos da Rickenbacker. Machado salienta, todavia, que a especialização em construir apenas cópias de modelos estrangeiros decorre, na verdade, dos inúmeros pedidos de seus clientes daquela época: “O brasileiro está acostumado com as imitações. Quem pode – e neste caso geralmente se incluem os músicos profissionais – prefere comprar o instrumento importado. Os amadores querem sempre o tipo de guitarra tocado por seus ídolos. E, como não querem gastar muito, compram a imitação.

Uma das imitações mais procuradas foi a da Fender Telecaster. A Finch também fabricou cópias da Rickenbacker 481 (com corpo em mogno ou cedro, braço em pau marfim e escala em jacarandá), das Gibson SG (de um e dois braços, para seis e doze cordas) e da Les Paul (com braço parafusado, ao invés de colado, como na original).

Em seu auge, a marca chegou a atingir a produção máxima de 50 guitarras por mês - número pequeno mesmo para a época, se comparada a outras empresas de âmbito internacional, ou até mesmo nacional.

Infelizmente, assim como muitas outras marcas de instrumentos musicais nacionais, a Finch foi perdendo espaço no mercado após a abertura do mercado nacional para a importação, principalmente após a entrada de produtos de fabricação em massa por países asiáticos em desenvolvimento. Aos poucos as pessoas foram deixando de valorizar os instrumentos nacionais, buscando a imagem de nossos ídolos internacionais - que só empunhavam instrumentos de marcas famosas e estrangeiras, ou pelo menos nas fotos sempre apareciam. A empresa praticamente faliu e foi vendida. Voltou a aparecer no mercado, sem nenhuma relação mais com Sr. Sebastião, ainda copiando os modelos clássicos, porém como importadora, ou seja, como marca de instrumentos construídos em países asiáticos.

bottom of page